Panorama político
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Figura 1: A Europa em finais do século IX |
O ano é 868 d.c., alta
idade média. A Europa obedece a uma configuração política bastante peculiar. Não
existem França, Inglaterra, Alemanha ou Itália. Os territórios que viriam a
corresponder ao que hoje conhecemos como França, Itália e Alemanha faziam parte
do domínio dos carolíngios, herdeiros do grande império de Carlos Magno e
encontravam-se tripartidos entre os netos do imperador. A Inglaterra está
desunida e dividida em sete reinos rivais entre si (é o chamado período da
heptarquia). Vindos da Escandinávia, os vikings encontram-se em plena expansão
na europa continental, devastando, pilhando (e mais tarde colonizando) desde as
orlas costeiras do velho continente até ao seu interior navegando para montante
no curso dos grandes rios navegáveis. Os muçulmanos omíadas dominam a quase
totalidade da península Ibérica excepto a sua franja setentrional, na posse dos
cristãos. O império romano do oriente ainda é uma grande potência, então
conhecida como Império Bizantino.
É nessa Europa originalmente distribuída entre pagãos, cristãos, judeus e muçulmanos que sobrevive um pequeno reino no norte da península Ibérica que, considerando-se a si próprio legítimo herdeiro do defunto reino visigótico, vai lutar ao longo dos séculos seguintes pela sua própria sobrevivência e libertação contra o invasor muçulmano até se converter de dominado em dominador: o reino das astúrias.
Não é o momento de entrar em detalhes sobre a lendária formação deste reino, mas prometo fazê-lo num próximo artigo. Para já, direi apenas que terá sido formado por Pelágio, no ano de 722, na sequência da vitória na batalha de Covadonga, a 1ª grande vitória que os cristãos almejaram sobre os “mouros” e o ponto de partida da “reconquista”.
Um descendente de Pelágio, o rei Afonso III, governava o território asturiano no ano de 868. E é este rei que, após uma campanha vitoriosa contra os muçulmanos no noroeste da península, entrega a Vímara Peres, nobre de origem galega, o governo da recém-conquistada “terra portucalense” de quem o dito nobre se tornaria primeiro senhor (conde) mas na dependência do monarca asturiano (vassalo).
É nessa Europa originalmente distribuída entre pagãos, cristãos, judeus e muçulmanos que sobrevive um pequeno reino no norte da península Ibérica que, considerando-se a si próprio legítimo herdeiro do defunto reino visigótico, vai lutar ao longo dos séculos seguintes pela sua própria sobrevivência e libertação contra o invasor muçulmano até se converter de dominado em dominador: o reino das astúrias.
Não é o momento de entrar em detalhes sobre a lendária formação deste reino, mas prometo fazê-lo num próximo artigo. Para já, direi apenas que terá sido formado por Pelágio, no ano de 722, na sequência da vitória na batalha de Covadonga, a 1ª grande vitória que os cristãos almejaram sobre os “mouros” e o ponto de partida da “reconquista”.
Um descendente de Pelágio, o rei Afonso III, governava o território asturiano no ano de 868. E é este rei que, após uma campanha vitoriosa contra os muçulmanos no noroeste da península, entrega a Vímara Peres, nobre de origem galega, o governo da recém-conquistada “terra portucalense” de quem o dito nobre se tornaria primeiro senhor (conde) mas na dependência do monarca asturiano (vassalo).
O 1º condado portucalense (868-1071)
Vímara Peres não governou por muito tempo. Da presúria do Porto em 868 até à sua morte em 873 distam apenas 5 anos. Mas foi tempo suficiente para lançar as bases sobre o desenvolvimento do território. Consciente da falta de colonos nas terras recém-conquistadas, o conde incentivou o seu povoamento, trouxe famílias de colonos da Galiza e fundou nos arredores de Braga um pequeno burgo fortificado a que deu o nome Vimaranis (derivado do seu próprio nome). A evolução fonética acabou por converter Vimaranis em Guimarães. Mas os habitantes da cidade onde nasceu Portugal ainda hoje são conhecidos por “vimaranenses”.
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Figura 2: Estátua equestre de Vímara Peres no Porto |
A Vímarana Peres sucedeu nos destinos do condado o seu filho Lucídio Vimaranes que, no seu longo
governo (873-922) procurou continuar a política desenvolvida pelo seu pai de
povoamento do território, ao mesmo tempo que procurou consolidar as estruturas
governativas existentes e auxiliar os reis cristãos no permanente conflito com
os muçulmanos ao sul.
O belicismo entre o reino das Astúrias (nesta época já reino de Leão) e o Emirado Omíada, era constante, com vitórias e derrotas a penderem para ambos os lados. Era a época da reconquista, num período histórico em que ainda não existiam as ordens militares, preciosos auxiliares dos reis cristãos a partir do século XII. E é no contexto de uma vitória decisiva para os ástures que se forma um novo condado na terra portucalense, numa faixa de território compreendida entre os rios Douro e Mondego, que albergava as terras de Viseu, Lamego e Feira e com capital em Coimbra. Formava-se assim o condado de Coimbra, do qual o primeiro conde seria Hermenegildo Guterres a partir de 878.
Os dois condados, o Portucalense e o de Coimbra, coexistiram durante mais de 100 anos. Mas sendo o condado de Coimbra a fronteira sul do território cristão, e portanto a sua guarda avançada, ficou sujeito à pressão constante dos mouros. Essa pressão intensificou-se em finais do séc. X e a queda revelou-se inevitável perante a feroz incursão do temível general muçulmano Almansor em 987. Era a vez do califado de Córdova tomar a dianteira. Mas não seria por muito tempo. Coimbra seria definitivamente tomada pelas forças cristãs em 1064, data em que Fernando Magno tomou a cidade.
Mas voltemos atrás no tempo. Com a morte de Lucídio Vímaranes, o governo do condado foi atribuído não a seu filho Alvito Lucides como seria de esperar, mas a uma linhagem nobre descendente do conde de Tui Afonso Betotes. A explicação para este facto deve-se talvez pelo rei de Leão Ramiro II ser aparentado com esta casa e por isso a ter favorecido.
O sistema feudal da nobreza Ibérica obedecia a laços complexos de vassalagem que assentavam numa hierarquia estratificada em que o senhor mais importante se encontrava no topo, protegia e mandava nos senhores de grau inferior que por sua vez lhe deviam obediência e fidelidade. Assim, do nobre de estatuto mais elevado para o menos importante, temos como explicativa a seguinte sequência:
O belicismo entre o reino das Astúrias (nesta época já reino de Leão) e o Emirado Omíada, era constante, com vitórias e derrotas a penderem para ambos os lados. Era a época da reconquista, num período histórico em que ainda não existiam as ordens militares, preciosos auxiliares dos reis cristãos a partir do século XII. E é no contexto de uma vitória decisiva para os ástures que se forma um novo condado na terra portucalense, numa faixa de território compreendida entre os rios Douro e Mondego, que albergava as terras de Viseu, Lamego e Feira e com capital em Coimbra. Formava-se assim o condado de Coimbra, do qual o primeiro conde seria Hermenegildo Guterres a partir de 878.
Os dois condados, o Portucalense e o de Coimbra, coexistiram durante mais de 100 anos. Mas sendo o condado de Coimbra a fronteira sul do território cristão, e portanto a sua guarda avançada, ficou sujeito à pressão constante dos mouros. Essa pressão intensificou-se em finais do séc. X e a queda revelou-se inevitável perante a feroz incursão do temível general muçulmano Almansor em 987. Era a vez do califado de Córdova tomar a dianteira. Mas não seria por muito tempo. Coimbra seria definitivamente tomada pelas forças cristãs em 1064, data em que Fernando Magno tomou a cidade.
Mas voltemos atrás no tempo. Com a morte de Lucídio Vímaranes, o governo do condado foi atribuído não a seu filho Alvito Lucides como seria de esperar, mas a uma linhagem nobre descendente do conde de Tui Afonso Betotes. A explicação para este facto deve-se talvez pelo rei de Leão Ramiro II ser aparentado com esta casa e por isso a ter favorecido.
Figura 3: Provável árvore genealógica dos condes de Portucale |
O sistema feudal da nobreza Ibérica obedecia a laços complexos de vassalagem que assentavam numa hierarquia estratificada em que o senhor mais importante se encontrava no topo, protegia e mandava nos senhores de grau inferior que por sua vez lhe deviam obediência e fidelidade. Assim, do nobre de estatuto mais elevado para o menos importante, temos como explicativa a seguinte sequência:
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Este esquema significa que o imperador é o senhor dos senhores e pode ter inclusivamente reis comos súbditos. Por seu turno, o rei é o senhor de todos os outros e portanto duques, condes e senhores são seus súbditos. Já os duques são senhores dos condes e dos outros nobres, e assim sucessivamente até chegarmos aos escalões mais baixos da nobreza.
A ligação entre as famílias de nobres por outro lado, era tudo menos inocente. Não podemos esquecer que o grande objectivo destas uniões era o aumento do poder e do prestígio da família, daí que na grande maioria dos casos a conveniência se sobrepusesse ao amor. As decisões matrimoniais eram políticas e não afectivas. Os senhores feudais tentavam sempre casar os herdeiros directos do seu património com um partido que lhes pudesse acrescentar mais património e/ou prestígio. Daí resulta por um lado que as linhagens nobres se iam tornando num clube cada vez mais restrito conforme se escalava a pirâmide do poder, por outro que a mobilidade social se tornava quase impossível de efectuar pois a nobreza era um título de nascimento e hereditário, logo, a um membro do povo não era permitido ascender a essa condição, salvo casos pontuais em que os reis ou outros grandes senhores consentissem na atribuição de tal estatuto, quer revogando um título já existente ao seu anterior detentor, quer criando um título novo.
Hermenegildo Gonçalves, filho de Gonçalo Betotes, seria então o senhor que se seguiria no governo do condado, mas foi a sua esposa, Mumadona Dias que ficou para a história. A condessa assumiu o governo do condado após ter enviuvado e mostrou ser uma governante muito competente. Foi ela a grande impulsionadora do desenvolvimento do burgo vimaranense. À sua iniciativa se deve a construção do mosteiro de São Mamede e do emblemático castelo de Guimarães, planeado para proteger o mosteiro e conter as constantes incursões normandas.
Figura 4: Estátua da condessa Mumadona Dias, Guimarães |
O filho mais velho do casal Hermenegildo/Mumadona, Gonçalo Mendes, seria o próximo conde de Portucale. Governando numa época conturbada em que teve de lidar com as incursões normandas, a pressão dos muçulmanos ao sul e a crise sucessória no reino de Leão, acabou por morrer em 997, combatendo a invasão de Almançor a Santiago de Compostela.
O filho de Gonçalo Mendes, Mendo Gonçalves, sucessor na liderança do condado, destacou-se pela alta posição que alcançou na corte de Leão. De facto, o conde portucalense terá sido um dos principais conselheiros de Bermudo II. Tornou-se mesmo preceptor do seu filho e herdeiro, o infante Afonso, futuro Afonso V de Leão. E terá inclusive sido um dos regentes durante a menoridade do jovem monarca, com quem casou a sua filha Elvira Mendes. Esta situação atesta bem a proeminência que o conde alcançou na corte leonesa. Não se sabe ao certo o seu fim, mas os historiadores apontam duas hipóteses: assassinato por via de intriga de nobres rivais ou falecimento em combate contra uma incursão viking na Galiza.
A Mendo Gonçalves sucedeu nos destinos do condado a sua outra filha Ilduara Mendes. Esta sucessão revelou-se extremamente importante para a história do condado portucalense porque se deu aqui a união das suas duas famílias nobres mais importantes, a dos Betotes e a dos Vimaranes. A condessa Ilduara escolheu como marido o nobre Nuno Alvites, nada mais nada menos que o herdeiro da casa de Vímara Peres. Uniam-se assim numa só as duas casas mais importantes de Portucale. Não admiraria portanto que, apesar dos laços de dependência para com os reis de Leão, os sucessores do casal se vissem a si próprios com aspirações a algo mais do que meramente uma vassalagem perpétua…
Mas essa ambição ousada iria custar (momentaneamente) o fim do sonho pela independência.
Em 1037 sobe ao trono de Leão o rei Fernando Magno que já era igualmente rei de Castela. Tinha assim um vasto território sob seu domínio. Mas, sabedor das circunstâncias em que conquistou o governo do reino leonês, (casando com a legítima herdeira do reino, a rainha Sancha de Leão e depois de ter morto o rei vigente, Bermudo III), Fernando, receoso de conspirações por parte da alta nobreza, indicou para a tenência e administração dos territórios, homens da baixa nobreza da sua confiança. Foi uma política hábil pois o rei acabou por ter olhos e ouvidos espalhados por toda a parte. Mas quem não gostou da brincadeira foram os grandes senhores do reino de Leão. O conde portucalense da época era Mendo Nunes, filho e sucessor do casal Ilduara Mendes/Nuno Alvites. Mendo, como os outros senhores, não terá gostado de ver diminuir gradualmente o poder no seu próprio condado para forasteiros. Gerou-se aqui um primeiro momento de fricção entre o rei e o conde, que se acentuou com a conquista de Coimbra em 1064 e a atribuição do governo do território ao moçárabe Sisnando Davides.
Mas no final do ano de 1065, antes de morrer, Fernando Magno divide o reino pelos seus três filhos, Afonso, Sancho e Garcia. A Garcia calhou a parte oeste do reino, ficando assim este com o reino da Galiza, do qual o condado Portucalense fazia parte integrante. O novo conde, Nuno Mendes, desejoso que estava de se separar da tutela do rei galego e criar um estado portucalense autónomo, vê na divisão de territórios e consequente enfraquecimento do poder central, uma oportunidade que não podia desperdiçar. Por esse motivo, convocou os seus barões e desafiou abertamente o monarca. Mas saiu derrotado e morto na batalha de Pedroso em 1071… Morria assim o último conde da linhagem de Vímara Peres, sem deixar herdeiro varão e, devido à insubordinação, os seus bens foram confiscados pela coroa da Galiza. Terminava aqui a primeira versão do condado portucalense.
O rei Garcia não teve melhor destino e no mesmo ano acabou por perder o reino para os irmãos que conspiraram para lhe roubar o reino. Garcia morreria no cativeiro no castelo de Vermoim em 1090.
As 3 coroas voltaram a unificar-se na pessoa de Afonso VI de Leão e Castela, o rei que herdou os 3 reinos. Seria este rei que iria restaurar o condado portucalense em 1096 atribuindo o seu governo a Henrique da Borgonha, casado com a sua filha D. Teresa. Isso faz de Afonso VI avô do nosso D. Afonso Henriques, o homem que conseguiu tornar real o sonho dos condes de Portucale e alcançar a tão ambicionada independência.
Concluindo, apesar dos estreitos laços de vassalagem que ligavam os condes portucalenses aos seus soberanos reis das Astúrias e mais tarde de Leão e Galiza, o sonho de autonomia que os condes de Portucale tinham nunca esmoreceu. Mas as contínuas investidas dos muçulmanos na fronteira sul e a dependência pela protecção do soberano, impossibilitavam golpes separatistas.
O ano 868 não possui destaque nos manuais escolares e por isso mesmo passa despercebido para a maioria dos portugueses. Mas nasceu aqui, e curiosamente também em Guimarães, a 1ª versão do condado portucalense e uma dinastia condal que, entre 868 e 1071 desenvolveu uma identidade própria sustentada por um crescente desejo de autonomia que acabou por resultar num país, volvidos menos de três séculos.
Origens do patronímico português
O mesmo se passou com outros nomes. Por exemplo, o conde Nuno Mendes era filho de Mendo Nunes. E Mendo Nunes por sua vez era filho de Nuno Alvites. Com o passar dos séculos os apelidos, em vez de se alterarem de geração para geração de acordo com a lógica “filho de”, conservaram-se e tornaram-se hereditários. Assim, se séculos mais tarde o mesmo Nuno Mendes tivesse um filho e o baptizasse de Henrique, este não se chamaria Henrique Nunes, mas sim Henrique Mendes.
Na vizinha Espanha, a lógica era a mesma, mas o sufixo era “ez” em vez de “es”. Assim e de acordo com os exemplos que enumerámos, Nunes seria Nunez, Mendes seria Mendez e assim sucessivamente.
A título de curiosidade deixo uma tabela com alguns dos apelidos ibéricos mais conhecidos e a sua evolução.
Nome original
|
patronímico castelhano
|
patronímico galaico-português
|
Álvaro
|
Álvarez
|
Álvares-Alves
|
António
|
Antúnez
|
Antunes
|
Benito/Bento-Bieito
|
Benítez
|
Bentes/Bieites
|
Bermudo/Vermudo
|
Bermúdez/Vermúdez
|
Bermudes
|
Diogo
|
Díaz, Díez, Diéguez
|
Dias, Diegues
|
Domingo/Domingos
|
Domínguez
|
Domingues
|
Egaz/Egas
|
Viegaz
|
Viegas
|
Enrique/Henrique
|
Enríquez
|
Henriques
|
Esteban/Estêvão
|
Estebanez
|
Esteves
|
Fernão/Fernando
|
Fernández/Hernández
|
Fernandes
|
García/Garcia
|
Garces
|
Garcês
|
Geraldo
|
Geráldez
|
Geraldes
|
Gomes
|
Gómez
|
Gomes
|
Gonzalo/Gonçalo
|
González
|
Gonçalves
|
Gutier/Gutierre/Guterre
|
Gutiérrez
|
Guterres
|
Juán/João
(através do latimIoannes) |
Yáñez
|
Eanes/Anes
|
Lope/Lopo
|
López
|
Lopes
|
Marcos
|
Márquez
|
Marques
|
Martín/Martim-Martinho
|
Martínez
|
Martins
|
Menendo/Mendo/Mem/
|
Menéndez/Méndez
|
Mendes
|
Muño/Monio
|
Muñoz
|
Moniz
|
Nuño/Nuno
|
Núñez
|
Nunes
|
Ordoño/Ordonho
|
Ordóñez
|
Ordonhes
|
Pelayo/Paio
|
Peláez/Páez
|
Paes/Pais
|
Pero/Pedro
|
Pérez
|
Peres/Pires
|
Ramiro
|
Ramírez
|
Ramires
|
Rodrigo
|
Rodríguez
|
Rodrigues
|
Ruy/Rui-Roi
|
Ruíz
|
Ruis/Reis
|
Sancho
|
Sánchez
|
Sanches
|
Suero/Soeiro
|
Suárez
|
Soares
|
Tello/Telo
|
Téllez
|
Teles
|
Velasco/Vasco
|
Velázquez
|
Vasques/Vaz
|
Vímara
|
Vimaránez
|
Vimaranes/Guimarães
|
Ximeno/Ximena
|
Giménez/Jiménez
|
Ximenes
|