D. Manuel I, o
venturoso/o afortunado, rei que é merecidamente associado à fase de ouro
dos descobrimentos portugueses, teve na política religiosa do reino o
infortúnio de tomar uma decisão que teria como consequência irremediável o atraso
evolutivo de Portugal em relação aos outros países europeus: Decretar a
expulsão ou conversão forçada dos judeus do reino, parte significativa e empreendedora da
população.
Os reis medievais portugueses, regra geral, reconheceram a importância da comunidade judaica e por esse motivo a protegeram, respeitando a sua liberdade de culto. Convém ressalvar no entanto que, sendo Portugal um país cristão, a discriminação estivesse bem patente e essa liberdade relativa fosse comprada a troco de pesados impostos.
Ainda assim, de D. Afonso Henriques a D. João II os judeus dinamizaram a sociedade urbana portuguesa tornando-se comerciantes, matemáticos, cartógrafos, artesãos, alfaiates, médicos, banqueiros, filósofos, astrónomos e botânicos. Era grande o número de judiarias em Portugal e todas as localidades maiores tinham a sua.
Os judeus portugueses, de livre vontade reconheciam os Reis de Portugal como seus legítimos soberanos e tinham orgulho na sua nacionalidade. Desempenharam um papel fundamental durante a expansão portuguesa do século XV e constituíam uma franja essencial da intelectualidade nacional, formando uma alternativa ao quase absoluto monopólio do clero cristão nas matérias do conhecimento.
Graças à protecção régia, os judeus tornaram-se importantes conselheiros de estado dos nossos monarcas. A título de exemplo note-se que, por exemplo, D. Afonso Henriques escolheu para ministro das finanças do jovem reino de Portugal um judeu de nome Yahia Ben Yahia que o próprio nomeou como grão rabino da comunidade judaica. Já D. Afonso V terá tido em Isaac Abravanel, além de seu tesoureiro, um dos seus principais conselheiros.
O que se passou então para que os judeus tivessem de abandonar o país? Diz a sabedoria popular que “de Espanha, nem bom vento nem bom casamento”. E aqui se encontra a resposta. Em 1492, Fernando de Aragão e Isabel de Castela, os reis católicos, influenciados pelo fanático inquisidor-mor dos seus reinos Tomás de Torquemada (confessor da rainha), promulgam o decreto de Alhambra que determina a expulsão de judeus, muçulmanos e hereges do seu território numa tentativa de homogeneizar um reino tão diverso religiosa e culturalmente.
Os expulsos, judeus na sua grande maioria, voltaram-se para o destino de refúgio mais lógico que era Portugal, onde sabiam que os judeus portugueses haviam gozado da enorme liberdade concedida por D. Afonso V.
Mas em 1492 D. Afonso V já tinha morrido e os tempos tinham mudado. O seu sucessor, D. João II, homem dotado de uma inteligência e ânsia de poder invulgares, era muito diferente do pai no que tocava à concessão de privilégios. Contudo, talvez influenciado por judeus importantes da corte, talvez querendo irritar a sua querida inimiga Isabel a católica, ou por ambos os motivos, o príncipe-perfeito prometeu dar asilo aos refugiados. Mas este nosso rei não perdia uma oportunidade para tirar vantagem, mesmo que fosse em função da desgraça alheia. Sabedor da riqueza que os judeus dispunham, e se não dispunham não entravam no reino, D. João II recebe-os a troco de enormes quantias de dinheiro, criando uma espécie de sistema de vistos gold para judeus. Ainda assim estima-se que por essa altura tivessem entrado em Portugal cerca de 60.000 pessoas, que em muito ajudaram a encher os cofres do reino, sedento que estava de financiamento para a jornada indiana que se vislumbrava no horizonte.
Em 1495 morre D. João II e sucede-lhe no comando de Portugal D. Manuel I (1495-1521). Dois anos após a sua subida ao trono, o venturoso recebe a notícia da morte do infante D. João, único filho varão dos reis católicos, e apercebe-se que o destino lhe havia concedido uma oportunidade de ouro de tentar, de forma pacífica, a união das coroas peninsulares sob domínio de um rei português. Para concretizar esse plano ambicioso, o nosso monarca teria que contrair matrimónio com a filha mais velha dos reis católicos, também chamada Isabel, a nova herdeira das coroas de Castela e Aragão. Mais devido à riqueza do que propriamente à beleza, esta princesa tornou-se um alvo apetecível por toda a Europa. Mas foram os esforços diplomáticos do rei português que surtiram efeito e a sua proposta de casamento foi aceite. No entanto, uma das cláusulas do contrato de casamento dizia respeito à situação dos judeus de Portugal. Para haver casamento, teriam estes de ser expulsos do reino. Preocupado com a possível saída de tanta gente e de tanto pessoal qualificado, D. Manuel pensa numa solução à D. Dinis (que transformou os templários na ordem de Cristo) e ordena o baptismo forçado dos judeus e a proibição de saída destes do país, excepto com autorizações especiais por motivos de trabalho/negócios, mas sempre sem as famílias. A partir desta altura o judaísmo é abolido e os velhos judeus passam a ser conhecidos por “cristãos novos”. Contudo, na sua grande maioria, os cristãos novos eram cristãos por fora, mas continuavam a ser judeus por dentro e a praticar o culto às escondidas…
Podia-se agora consumar o casamento! Mas quis o destino (ou o divino) que o plano de D. Manuel corresse mal. O casamento com D. Isabel gerou um menino de facto, baptizado D. Miguel da Paz, herdeiro jurado de Portugal, Castela e Aragão. Mas a rainha morreu no parto e o menino morreu aos 21 meses de idade (1500) arruinando o plano manuelino de unificação ibérica. O rei voltaria a casar com outra princesa espanhola (D. Maria), mas esta já não era a herdeira directa dos reis católicos. Entretanto, muitos judeus tinham já abandonado a península Ibérica e os cristãos novos que cá tinham ficado, fosse pela inveja que a sua qualidade de vida suscitava ou pela necessidade que a populaça tinha de arranjar bodes expiatórios para as agruras das suas vidas miseráveis, eram constantemente perseguidos e descriminados. A agressividade popular levaria ao massacre de Lisboa de 1506 (o Pogrom de Lisboa) em que cerca de 3000 cristãos-novos foram assassinados. Foi a gota de água. Os cristãos-novos optaram por abandonar clandestinamente o país.
Para um reino tão despido de gente (o primeiro censo geral, do tempo de D. João III contabilizava a população portuguesa em menos de 1,5 milhões de pessoas) a saída de mais pessoas iria acentuar as crises demográfica e financeira que espreitavam.
D. João III precisamente, completa o quadro antissemita que o pai havia começado. A reforma protestante alarmou uma igreja católica corrompida que foi obrigada a retratar-se dos constantes abusos que há séculos vinha a cometer. A resposta veio em forma de uma repressão enorme que a historiografia designou por contra-reforma. O fervor religioso de D. João III e de D. Catarina da Áustria fizeram o resto e a inquisição foi instituída em Portugal em 1536.
Os abomináveis fogos pré-nazis da inquisição portuguesa haveriam de levar o (cripto)judaísmo português à beira da extinção. Da diáspora judaica Ibérica haveriam de beneficiar, não por acaso, nações tão díspares como a Holanda ou o Império Otomano, estados mais tolerantes e principais destinos de exílio dos judeus hispânicos.
Por possuírem menos talento inovador e espírito empreendedor e incapazes de manter os enormes impérios que tinham conquistado, os reinos Ibéricos seguiriam ao longo dos séculos seguintes uma fase de lenta mas constante decadência que nem as riquezas ultramarinas conseguiam disfarçar. Ainda assim, a Lisboa que na 2ª metade do século XV havia sido a capital científica do mundo, na 1ª metade do século XVI converteu-se na capital comercial. Em Portugal surgem mentes brilhantes que bebiam do seio do humanismo renascentista de então. É a época de Gil Vicente, de Damião de Góis, de Francisco de Holanda, de Garcia de Resende, de Camões e outros. E surgem igualmente mentes brilhantes de matriz judaico/cristã-nova como foram o genial matemático Pedro Nunes (que por ser protegido de D. João III escapou à fogueira inquisitorial) e o não menos brilhante Garcia de Orta. Contudo, esta época corresponderia ao zénite que antecede a queda abrupta. O botânico Garcia de Orta por exemplo, seria condenado postumamente pelo Santo Ofício que cometeria a atrocidade de realizar um auto de fé ao morto e queimar as suas ossadas na fogueira por acusações de judaísmo… Depois de descoberto o caminho marítimo para a Índia, estava agora aberto o caminho para o obscurantismo, a mesquinhez e a intolerância.
Não deixa de ser curioso verificar que, apesar do atraso evolutivo, a sociedade medieval portuguesa era mais tolerante e multicultural que a da idade moderna. A este respeito diz-nos o prof. Borges Coelho na sua obra “Portugal Medievo” que, “em Portugal pululavam milhares e milhares de cristãos, velhos e novíssimos, e mouros e judeus; e continuavam abertas ao culto sinagogas e mesquitas”.
As decisões de D. Manuel e D. João III, embora fruto de motivações diferentes inseridas em estratégias planeadas, em conjunto quase acabaram com a multiculturalidade e a liberdade de pensamento em Portugal. O pensamento e o espírito crítico que, por força dos ideais renascentistas se disseminam um pouco por toda a Europa, por força do tribunal inquisitorial regridem em Portugal. O país entraria num colete-de-forças cerebral de onde só se libertaria a espaços nos séculos seguintes e definitivamente em 1821, por alturas do liberalismo, onde, por fim, se apagou a fogueira do Santo Ofício. Mas o atraso era já irrecuperável…
Os reis medievais portugueses, regra geral, reconheceram a importância da comunidade judaica e por esse motivo a protegeram, respeitando a sua liberdade de culto. Convém ressalvar no entanto que, sendo Portugal um país cristão, a discriminação estivesse bem patente e essa liberdade relativa fosse comprada a troco de pesados impostos.
Ainda assim, de D. Afonso Henriques a D. João II os judeus dinamizaram a sociedade urbana portuguesa tornando-se comerciantes, matemáticos, cartógrafos, artesãos, alfaiates, médicos, banqueiros, filósofos, astrónomos e botânicos. Era grande o número de judiarias em Portugal e todas as localidades maiores tinham a sua.
Os judeus portugueses, de livre vontade reconheciam os Reis de Portugal como seus legítimos soberanos e tinham orgulho na sua nacionalidade. Desempenharam um papel fundamental durante a expansão portuguesa do século XV e constituíam uma franja essencial da intelectualidade nacional, formando uma alternativa ao quase absoluto monopólio do clero cristão nas matérias do conhecimento.
Graças à protecção régia, os judeus tornaram-se importantes conselheiros de estado dos nossos monarcas. A título de exemplo note-se que, por exemplo, D. Afonso Henriques escolheu para ministro das finanças do jovem reino de Portugal um judeu de nome Yahia Ben Yahia que o próprio nomeou como grão rabino da comunidade judaica. Já D. Afonso V terá tido em Isaac Abravanel, além de seu tesoureiro, um dos seus principais conselheiros.
O que se passou então para que os judeus tivessem de abandonar o país? Diz a sabedoria popular que “de Espanha, nem bom vento nem bom casamento”. E aqui se encontra a resposta. Em 1492, Fernando de Aragão e Isabel de Castela, os reis católicos, influenciados pelo fanático inquisidor-mor dos seus reinos Tomás de Torquemada (confessor da rainha), promulgam o decreto de Alhambra que determina a expulsão de judeus, muçulmanos e hereges do seu território numa tentativa de homogeneizar um reino tão diverso religiosa e culturalmente.
Os expulsos, judeus na sua grande maioria, voltaram-se para o destino de refúgio mais lógico que era Portugal, onde sabiam que os judeus portugueses haviam gozado da enorme liberdade concedida por D. Afonso V.
Mas em 1492 D. Afonso V já tinha morrido e os tempos tinham mudado. O seu sucessor, D. João II, homem dotado de uma inteligência e ânsia de poder invulgares, era muito diferente do pai no que tocava à concessão de privilégios. Contudo, talvez influenciado por judeus importantes da corte, talvez querendo irritar a sua querida inimiga Isabel a católica, ou por ambos os motivos, o príncipe-perfeito prometeu dar asilo aos refugiados. Mas este nosso rei não perdia uma oportunidade para tirar vantagem, mesmo que fosse em função da desgraça alheia. Sabedor da riqueza que os judeus dispunham, e se não dispunham não entravam no reino, D. João II recebe-os a troco de enormes quantias de dinheiro, criando uma espécie de sistema de vistos gold para judeus. Ainda assim estima-se que por essa altura tivessem entrado em Portugal cerca de 60.000 pessoas, que em muito ajudaram a encher os cofres do reino, sedento que estava de financiamento para a jornada indiana que se vislumbrava no horizonte.
Em 1495 morre D. João II e sucede-lhe no comando de Portugal D. Manuel I (1495-1521). Dois anos após a sua subida ao trono, o venturoso recebe a notícia da morte do infante D. João, único filho varão dos reis católicos, e apercebe-se que o destino lhe havia concedido uma oportunidade de ouro de tentar, de forma pacífica, a união das coroas peninsulares sob domínio de um rei português. Para concretizar esse plano ambicioso, o nosso monarca teria que contrair matrimónio com a filha mais velha dos reis católicos, também chamada Isabel, a nova herdeira das coroas de Castela e Aragão. Mais devido à riqueza do que propriamente à beleza, esta princesa tornou-se um alvo apetecível por toda a Europa. Mas foram os esforços diplomáticos do rei português que surtiram efeito e a sua proposta de casamento foi aceite. No entanto, uma das cláusulas do contrato de casamento dizia respeito à situação dos judeus de Portugal. Para haver casamento, teriam estes de ser expulsos do reino. Preocupado com a possível saída de tanta gente e de tanto pessoal qualificado, D. Manuel pensa numa solução à D. Dinis (que transformou os templários na ordem de Cristo) e ordena o baptismo forçado dos judeus e a proibição de saída destes do país, excepto com autorizações especiais por motivos de trabalho/negócios, mas sempre sem as famílias. A partir desta altura o judaísmo é abolido e os velhos judeus passam a ser conhecidos por “cristãos novos”. Contudo, na sua grande maioria, os cristãos novos eram cristãos por fora, mas continuavam a ser judeus por dentro e a praticar o culto às escondidas…
Podia-se agora consumar o casamento! Mas quis o destino (ou o divino) que o plano de D. Manuel corresse mal. O casamento com D. Isabel gerou um menino de facto, baptizado D. Miguel da Paz, herdeiro jurado de Portugal, Castela e Aragão. Mas a rainha morreu no parto e o menino morreu aos 21 meses de idade (1500) arruinando o plano manuelino de unificação ibérica. O rei voltaria a casar com outra princesa espanhola (D. Maria), mas esta já não era a herdeira directa dos reis católicos. Entretanto, muitos judeus tinham já abandonado a península Ibérica e os cristãos novos que cá tinham ficado, fosse pela inveja que a sua qualidade de vida suscitava ou pela necessidade que a populaça tinha de arranjar bodes expiatórios para as agruras das suas vidas miseráveis, eram constantemente perseguidos e descriminados. A agressividade popular levaria ao massacre de Lisboa de 1506 (o Pogrom de Lisboa) em que cerca de 3000 cristãos-novos foram assassinados. Foi a gota de água. Os cristãos-novos optaram por abandonar clandestinamente o país.
Para um reino tão despido de gente (o primeiro censo geral, do tempo de D. João III contabilizava a população portuguesa em menos de 1,5 milhões de pessoas) a saída de mais pessoas iria acentuar as crises demográfica e financeira que espreitavam.
D. João III precisamente, completa o quadro antissemita que o pai havia começado. A reforma protestante alarmou uma igreja católica corrompida que foi obrigada a retratar-se dos constantes abusos que há séculos vinha a cometer. A resposta veio em forma de uma repressão enorme que a historiografia designou por contra-reforma. O fervor religioso de D. João III e de D. Catarina da Áustria fizeram o resto e a inquisição foi instituída em Portugal em 1536.
Os abomináveis fogos pré-nazis da inquisição portuguesa haveriam de levar o (cripto)judaísmo português à beira da extinção. Da diáspora judaica Ibérica haveriam de beneficiar, não por acaso, nações tão díspares como a Holanda ou o Império Otomano, estados mais tolerantes e principais destinos de exílio dos judeus hispânicos.
Por possuírem menos talento inovador e espírito empreendedor e incapazes de manter os enormes impérios que tinham conquistado, os reinos Ibéricos seguiriam ao longo dos séculos seguintes uma fase de lenta mas constante decadência que nem as riquezas ultramarinas conseguiam disfarçar. Ainda assim, a Lisboa que na 2ª metade do século XV havia sido a capital científica do mundo, na 1ª metade do século XVI converteu-se na capital comercial. Em Portugal surgem mentes brilhantes que bebiam do seio do humanismo renascentista de então. É a época de Gil Vicente, de Damião de Góis, de Francisco de Holanda, de Garcia de Resende, de Camões e outros. E surgem igualmente mentes brilhantes de matriz judaico/cristã-nova como foram o genial matemático Pedro Nunes (que por ser protegido de D. João III escapou à fogueira inquisitorial) e o não menos brilhante Garcia de Orta. Contudo, esta época corresponderia ao zénite que antecede a queda abrupta. O botânico Garcia de Orta por exemplo, seria condenado postumamente pelo Santo Ofício que cometeria a atrocidade de realizar um auto de fé ao morto e queimar as suas ossadas na fogueira por acusações de judaísmo… Depois de descoberto o caminho marítimo para a Índia, estava agora aberto o caminho para o obscurantismo, a mesquinhez e a intolerância.
Não deixa de ser curioso verificar que, apesar do atraso evolutivo, a sociedade medieval portuguesa era mais tolerante e multicultural que a da idade moderna. A este respeito diz-nos o prof. Borges Coelho na sua obra “Portugal Medievo” que, “em Portugal pululavam milhares e milhares de cristãos, velhos e novíssimos, e mouros e judeus; e continuavam abertas ao culto sinagogas e mesquitas”.
As decisões de D. Manuel e D. João III, embora fruto de motivações diferentes inseridas em estratégias planeadas, em conjunto quase acabaram com a multiculturalidade e a liberdade de pensamento em Portugal. O pensamento e o espírito crítico que, por força dos ideais renascentistas se disseminam um pouco por toda a Europa, por força do tribunal inquisitorial regridem em Portugal. O país entraria num colete-de-forças cerebral de onde só se libertaria a espaços nos séculos seguintes e definitivamente em 1821, por alturas do liberalismo, onde, por fim, se apagou a fogueira do Santo Ofício. Mas o atraso era já irrecuperável…